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Era uma vez...

Em um mundo não tão distante assim!

Um reino, no qual imperava como enigma da esfinge: "Praga de mãe pega?"

As personagens desse reino, ouviram como "pragas"de sua mãe:

"você nunca será nada"; "você não é inteligente"; "você é uma vagabunda por se vestir assim"; "você é mole"; "nenhum homem irá te querer"; "você é meia"; "não adianta estudar, fazer faculdade, porque você é burra"; "jamais dará certo na vida".

Cada personagem, acreditou e testou esse enigma, da sua forma particular:

A personagem 1: estudou muito, se vestiu como queria, mas não conseguia um bom emprego, nunca passava em entrevistas para vagas condizentes com toda sua formação, mesmo preenchendo todos os requisitos e qualificações. Os seus relacionamentos, não se firmavam em compromissos, permanecendo no campo sexual; até engravidar e o pai de seu filho, não assumir a paternidade.

A personagem 2: estudou muito, se aprimora constantemente, e se destaca em seu campo profissional; vive sua sexualidade e fantasias, sem culpa e aprisionamentos. 

Porém, viveu períodos nos quais recorreu a religião para "fazer tudo certinho" em comportamentos, sexualidade, casamento; e desenvolveu quadro de obesidade ao "engolir" tantos praquejamentos, que da mãe, passou a receber do marido. 

Contudo, optou por outro caminho: separou-se, questionou o seguimento religioso que seguia, emagreceu com saúde (reeducação alimentar e atividade física: hoje é atleta).

Mas, ainda se amedronta e sente se acuada , quando considera estar em situações de rivalizar com outras mulheres: a outra mulher é sempre mais bonita, mais inteligente, mais interessante.

A Personagem 3: nasceu com uma condição médica delicada, mas resistiu e resiste a cirurgias e tratamentos; casou, teve filhos, formou-se na área profissional de sua escolha.

Mas apesar de suas lutas vencidas, escolhas realizadas; ainda busca provar e convencer sobre o quanto é capaz e corajosa, e como sente não conseguir esse outro olhar de sua mãe, se convence ser a mulher nomeada nas pragas.

Quando obtém conquistas e há um distanciamento de sua mãe, adoece com diversos quadros, lhe permitindo voltar para o lugar no qual se sente vista.

A Personagem 4: estabelece seus limites e não permite intromissões familiares em sua vida e na criação de sua filha, mas ainda não se permite seguir com a atividade que deseja e tem crises de ansiedade quando se vê confrontada; também adoecendo quando não se posiciona.

Poderíamos pensar que essas mães estão mais para madrastas dos contos de fadas, que para mães; escravizando suas filhas e inutilizando os pais. Mas aqui não há culpabilizações, não há culpados! Cada mãe se apropriou da função materna, como pode, como aprendeu, como conseguiu com seus recurso emocionais ao sobrepor a função materna à sua condição de mulher.

A questão que se apresenta, é como cada personagem tentou achar a resposta do enigma; e como essa trajetória construiu respostas afirmativas ou ainda inconclusivas, que guiaram seus caminhos.

Todas as personagens, em momentos de extrema angústia diante dessas respostas, buscaram por análise. Inicialmente para se "livrarem de suas pragas", mas no decorrer do trabalho analítico, perceberam que elas mesmas desenvolveram suas respostas; o que lhes permitiu abrir um espaço para um novo enigma: "por que eu respondi dessa forma ao enigma inicial?".

O novo enigma permitiu que saíssem do enredo de vítimas e se tornassem agentes e atuantes ao criar perguntas e novas respostas, para:

Mais ainda...

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