top of page

Era uma vez...

Em um mundo não tão distante assim, 

A nossa personagem, que para viver nesse reino "hipotecou" seu nome, sua vida (termo definido por ela).

Uma mulher vista aos olhos dos demais personagens de sua história, como: bela, exuberante, dominadora, extravagante, escandalosa, corajosa para viver sua sexualidade de forma livre e para sair de seu país, sem recursos, com o objetivo de ter melhores condições financeiras. 

Por trás dessa imagem, ao mesmo tempo encantadora e polêmica, há uma trajetória marcante de sofrimentos: quando criança foi sequestrada pelo pai e tirada assim dos braços de sua mãe; sofreu abuso sexual e agressões,  consentidos pelo pai e madrasta; violências que deixaram marcas físicas e emocionais. Após alguns anos, foi "devolvida" a mãe.

Com a imagem e personalidade que construiu, foi alvo de preconceitos, rejeição e intensas críticas da família.

Já vivendo em outro país, com escassez e solidão, teve por muito tempo,  alcool e drogas como companhia.

Porém, se manteve firme em seu propósito: "ganhar dinheiro". Comprou uma casa em seu país de origem, um carro, e manteve essa casa, na qual residia sua filha e sua "melhor" amiga com os filhos.

Para "facilitar", assinou uma procuração dando poderes á sua "fiel" amiga para cuidar de seus bens em seu país, dinheiro, documentos e filha. Todo dinheiro era enviado para cuidados e sustento da casa e de todos. Como já devem imaginar, o dinheiro não foi bem utilizado dessa forma: a casa não foi cuidada e exigiu muitas reformas, impostos e contas básicas de água e luz não foram pagas, sendo negociadas várias vezes; o carro não teve manutenção, mesmo sendo usado, e com muitas multas.

Quando chegou em sua análise pessoal, ainda não tinha conhecimento dessa realidade; buscou por auxílio ao apresentar sintomas de depressão, após término de anos de relacionamento com sua namorada.

No processo de análise, se permitiu "abrir os olhos" e buscar a real situação em seu país, e novo término: agora, dessa "amizade". Com muito esforço e trabalho no país no qual reside, ainda paga pelas dívidas geradas em sua casa. Também casou-se!

Sim, a amiga foi "traíra"; mas em sua análise pode refletir sobre sua implicação nesse processo: o dinheiro sempre intermediou suas relações, pois considerava que não tinha nada a oferecer para ninguém, além do dinheiro. Hoje, mesmo com muito receio, se esforça para se relacionar com sua esposa, em uma troca e parceria, se expondo em suas emoções e fraquezas. 

Hoje não oferece mais dinheiro, para "garantir" afeto e aceitação; não oferece mais dinheiro como garantia de não ter que ser ela mesma, permitindo-lhe viver vínculos nos quais os afetos são a base, mesmo quando desagradáveis. Sua história agora pode ser vivida sem hipoteca e verdadeiros "ganhos", para: 

Mais ainda...

P.S.: Entendemo hipoteca, em seu sentido original e não figurado como usado aqui, como : o nome de uma operação em que se coloca um imóvel como garantia de um empréstimo com juros baixos e prazo longo.

bottom of page